A
RUA FRIA!
É tão vaga a luz que ilumina aquela rua
em que tantos olhares, vazios, se cruzam
que ninguém sequer se apercebe da dor
que vai no rosto dos demais seres
que com cada um se desviam ou chocam,
e assim, cada um vive em seu mundo,
desligado dos outros, e muitas vezes
até de si mesmos no seu caminho,
sem um gesto de carinho que seja,
ou um de gratidão e reconhecimento,
preferindo seguir em frente na rua
como se nada fosse ou os afectasse.
Quem ali mora, já há tempos
que não sabe o que é sorrir
ou sequer partilhar um momento
da sua vida ou do seu tempo
seja lá com quem for,
pois os corações fecharam-se
a qualquer tipo de sentimentos,
deixando frios os rostos e gestos
destes que observam os que passam,
como se revivessem um passado
que em tempos terá sido o seu
Gostei e achei a imagem muito certa para o poema.
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