O QUE OS OLHOS DOS OUTROS NÃO CONSEGUEM VER

Se os olhos dos outros vissem
a tempestade que vai dentro de mim,
o vendaval de ideias que não abranda,
as ondas de medo que me desgastam,
as rochas de sensações
que me atormentam a cada minuto,
não veriam a tranquilidade, aparente
que pareço demonstrar a todos…
seriam capazes de perceber
a tristeza em que mergulho
a cada inspiração que faço,
o apagar da minha vida em meus olhos,
a solidão que sinto mesmo entre eles,
o desligar-me das coisas que fazia,
o desaparecimento da alegria
que antes em mim havia…
e não me apontariam o dedo
de assim eu agora ser,
pois fazem-me sentir inferior,
menos pessoa, mais fraco
só por agora não querer saber
de mim nem dos meus sentimentos…

Deixem-me ser assim como sou
pois não sabem a razão
que só eu conheço há muito
e que me consome dia-a-dia
até ao fim da minha existência
que espero não ser mais longa!

Hugo Oliveira ©

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